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sexta-feira, 27 de maio de 2022

Conhecendo a maquete do F-39 Gripen

 


A Base Aérea de Florianópolis (BAFL) sediou nos dias 19 e 20 de maio a segunda edição da SC Expo Defense, uma feira de tecnologias e produtos ligados ao setor de Defesa, reunindo na capital catarinense um grande número de empresas e órgãos governamentais, além da expressiva participação das Forças Armadas, que trouxeram para a feira diversos equipamentos militares e também apresentaram alguns de seus projetos que estão em andamento. A Força Aérea Brasileira expôs pela primeira vez em Santa Catarina o modelo em tamanho natural do seu novo caça multimissão, o F-39 Gripen, produzido em parceria entre a Embraer e a fabricante sueca Saab. A aeronave tornou-se uma das estrelas do evento, atraindo a atenção e a curiosidade dos visitantes, que puderam conhecer em detalhes alguns dos seus equipamentos e armamentos. Para quem ainda não teve esta experiência, preparamos uma matéria especial com imagens e informações sobre a maquete. Boa leitura!






Vista geral da maquete.

Com o objetivo de apresentar e divulgar para a população brasileira o F-39 Gripen, a Saab em 2015 cedeu temporariamente para a FAB a maquete em escala real da aeronave. O modelo reproduz com fidelidade as características gerais do avião em sua versão de assento único, incluindo alguns elementos do painel, que pode ser ligado e permite a visualização de algumas das suas funcionalidades, com destaque para a grande tela onde são mostradas as informações ao piloto durante o voo, chamada de WAD (Wide Area Display, ou Mostrador de Área Ampla), desenvolvida no Brasil e adotada também para a versão sueca do caça. Outro ponto de destaque da réplica é a possibilidade de conhecer parte dos armamentos que deverão ser integrados ao projeto. Em Florianópolis, o modelo estava com todas as dez estações para o transporte de cargas externas ocupadas, compostas por dois mísseis ar-ar de curto alcance IRIS-T nas pontas das asas, cinco mísseis ar-ar de médio alcance MBDA Meteor (dois sob as asas e três nos suportes sob a fuselagem), dois dispensadores sob as asas cada um com quatro bombas inteligentes GBU-39, além de um pod de reconhecimento Rafael Reccelite.





Míssil ar-ar de curto alcance IRIS-T, equipado com sensor infravermelho e empuxo vetorado, conferindo alta capacidade de manobra. Fabricado por um consórcio europeu liderado pela alemã Diehl BGT Defense, o armamento possui grande resistência a contramedidas eletrônicas e é capaz de fazer o acompanhamento de alvos pela mira montada no capacete do piloto.






O missíl ar-ar de guiagem semi-ativa para combates do tipo BVR (Beyond Visual Range, ou Além do Alcance Visual) é o MBDA Meteor, com alcance de mais de 100 km. Tem a capacidade de engajar múltiplos alvos altamente manobráveis, como outras aeronaves e alvos pequenos, como UAVs (Veículos Aéreos Não-Tripulados) e mísseis de cruzeiro em um ambiente com elevado grau de contramedidas eletrônicas. O míssil também é equipado com sensores de proximidade e de impacto para maximizar a sua capacidade de acerto e a letalidade.







Nos suportes internos das asas, a maquete apresentava um dispensador contendo quatro bombas inteligentes GBU-39, cada uma pesando 250 libras, cerca de 110 kg e destinadas ao ataque de alvos fixos ou estacionários. Fabricada nos Estados Unidos, seu pequeno tamanho permite que a aeronave transporte uma quantidade maior de artefatos que, embora com uma carga explosiva menor, por serem guiadas, conseguem ter uma precisão e uma efetividade muito maior.


Finalizando o conjunto, um pod de reconhecimento Reccelite, fabricado pela empresa israelense Rafael, com capacidade para coletar imagens em alta resolução de áreas amplas de diferentes bandas espectrais, além de permitir fotografias de longo alcance ou vertical.


Sob a fuselagem, próximo à raiz das asas, encontra-se o armamento orgânico do Gripen, composto por dois canhões do tipo revolver Mauser BK-27 de 27 mm com uma cadência de tiro que pode ser selecionada entre 1.000 a 1.700 disparos por minuto, podendo ser usado contra alvos aéreos e terrestres.

Medindo aproximadamente 15 metros de comprimento, 8 metros de envergadura (distância entre as pontas das asas, além de 4 metros de altura, a maquete é feita de fibra de vidro, madeira e metal. Todo o conjunto, incluindo o avião, armamentos e demais e equipamentos de apoio, pesa cerca de 11 toneladas. A réplica fica armazenada no Distrito Federal, sob os cuidados da Base Aérea de Brasília e de lá, os dois containers podem ser transportados para os locais de exposição por via terrestre, sobre carretas (como ocorreu no caso de Florianópolis) ou por via aérea, a bordo de um Lockheed C-130M Hércules da FAB. A escolha da Capital Federal para abrigar o modelo é estratégica por causa das condições climáticas e da sua localização geográfica, permitindo um deslocamento mais rápido para qualquer ponto do país. São necessários dois dias para montar todas as partes que compõem o avião, um trabalho minucioso e detalhista que precisa ser realizado obedecendo rigorosamente a sequência certa, inclusive na organização das peças dentro do container. Todo o processo é feito por uma equipe de militares da própria FAB que foi treinada por técnicos da Saab. Desde 2015, o modelo já foi exibido em diversas oportunidades, incluindo a Esplanada dos Ministérios em Brasília, além de Shopping Centers e eventos aeronáuticos espalhados pelo país. A exibição da maquete é itinerante e obedece a um planejamento da própria Força Aérea Brasileira quanto às datas e cidades brasileiras que receberão a exposição.



Sistema chamado de IRST (Infra-Red Search and Track, ou Busca e Rastreamento por Infravermelho), capaz de detectar e seguir alvos por meio de suas emissões de calor, que se manifestam sob a forma de radiação infravermelha, como aviões, mísseis e helicópteros (pelo calor gerado por seus propulsores), veículos motorizados (calor do motor) e até mesmo pessoas (calor emitido pelo corpo). Por ser passivo, ou seja, não emite radiação, a aeronave não é detectada pelo inimigo e fica imune aos sistema de contramedidas eletrônicas.



Sonda retrátil para reabastecimento em voo.



O painel da cabine de pilotagem é dominado por uma grande tela panorâmica chamada de WAD (Wide Area Display, ou Tela de Área Ampla), desenvolvida pela brasileira AEL Sistemas. O equipamento otimiza a apresentação de simbologias e imagens de alta resolução e permite a operação pelo manche/manete de potência e/ou diretamente na tela (touchscreen). As aplicações de software são projetadas para ampliar a capacidade da aeronave através de fusão de dados e aumentar a visualização da arena de combate (alvos terrestres e aéreos), simplificando o processo decisório do piloto e tornando a operação da aeronave mais eficiente. 

Após o encerramento da feira, durante o final de semana, a maquete foi desmontada e seguiu de volta para Brasília. Esperamos que muito em breve ela retorne a Florianópolis e dessa vez, possa ser apreciada pelo grande público, cumprindo sua função de apresentar o novo caça da FAB que pelas próximas décadas, será o guardião da nossa soberania pelo ar. Acompanhe abaixo, um pequeno vídeo e mais fotos mostrando detalhes do modelo.


Clique sobre a imagem acima para assistir ao vídeo.