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domingo, 30 de agosto de 2020

Uma imagem curiosa #23


Esta matéria é parte integrante de uma série de fotos e/ou vídeos especialmente escolhidos em nosso acervo analógico e digital, trazendo algum tipo de curiosidade, raridade ou informação interessante a respeito destas imagens, seja acerca da aeronave em si ou um fato ou história relacionados a ela. Ocasionalmente, publicaremos uma destas imagens, junto com um pequeno texto explicativo sobre a mesma. Informamos que a preocupação aqui não é com a qualidade em si da imagem, mas com o seu resgate histórico, tendo ainda o objetivo de auxiliar na preservação de uma parte da memória e da cultura aeronáutica brasileira. Seja muito bem vindo(a) a bordo e boa leitura!


Dassault Mirage 5D, FAB 4909, Base Aérea de Canoas, Outubro de 2004.

Sim meu caro leitor, você não leu errado a legenda da foto acima. A Força Aérea Brasileira operou ao longo de sua história com uma dupla de Mirage 5 em seu inventário. Essa história começa muito longe daqui, mais precisamente no continente africano em meados da década de 70, quando em maio de 1974, a então República do Zaire e a Dassault assinaram um contrato que previa a aquisição por parte do país africano de um lote de 14 Mirage 5 monopostos e 3 bipostos, denominados como Mirage 5M (matrículas M401 a M414)* e Mirage 5DM (matrículas M201 a M203), respectivamente, tornando-se assim o segundo país no continente a operar o famoso caça com asa em delta, atrás apenas da África do Sul. Entretanto, a operação do jato nunca foi adequada às condições climáticas do país centro-africano, aliado a isso, sucessivas guerras e disputas pelo poder acabaram por transformar o Zaire novamente em República Democrática do Congo, em meados dos anos 90. Dados precisos sobre datas ou outras informações sobre a operação dos Mirage 5 zairenses na internet são escassos mas o fato é que após a troca do comando político do país, os jatos remanescentes foram comprados ou repassados de volta para a Dassault.

Nesse mesmo período a FAB buscava no mercado internacional algumas células adicionais de Mirage da variante D (biposta) para repor sua frota e dois destes Mirage 5 ex-Zaire (M201 e M203) acabaram sendo adquiridos em 1997, aqui recebendo as matrículas FAB 4908 e FAB 4909. O Mirage 5 é um derivado direto do Mirage III, desenvolvido inicialmente para a Força Aérea Israelense e acabou se tornando uma opção mais econômica de exportação para países com menos recursos. Dadas as similaridades entre ambos, sua versão de Treinamento e Conversão Operacional é praticamente a mesma Mirage IIID, compartilhando inclusive a mesma motorização SNECMA Atar 09C. O tema é polêmico e controverso, uma vez que IIID e 5D são a mesma aeronave, variando apenas a designação de acordo com o modelo comprado pelo operador, entretanto, não deixa de ser curioso que dois Mirage originalmente entregues como 5D vieram parar em terras tupiniquins.

* Nota Editorial: A título de curiosidade os três últimos exemplares monopostos Mirage 5M encomendados pelo Zaire (matrículas M412/M413/M414) nunca chegaram a ser entregues, sendo posteriormente vendidos pela Dassault à Venezuela como Mirage 50EV.

Vistas do Mirage IIID, a versão do Mirage 5D é idêntica. Fonte: www.http://richard.ferriere.free.fr/3vues/


Tabela retirada do livro "Mirage III EBR/DBR na Força Aérea Brasileira, de autoria de Paulo Fernando Kasseb, onde é possível ver a procedência dos FAB 4908 e 4909 (destacados em vermelho), antes de voarem com as cores da FAB. Imagem via Giulliano B. Frassetto.





FAB 4909, Base Aérea de Canoas, Outubro de 2004.





FAB 4908 preservado no Museu da TAM, fotografado em maio de 2012, embora este Editor não possa comprovar se efetivamente esta célula seja realmente pertencente a esta matrícula.





quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Uma imagem curiosa #22


Esta matéria é parte integrante de uma série de fotos e/ou vídeos especialmente escolhidos em nosso acervo analógico e digital, trazendo algum tipo de curiosidade, raridade ou informação interessante a respeito destas imagens, seja acerca da aeronave em si ou um fato ou história relacionados a ela. Ocasionalmente, publicaremos uma destas imagens, junto com um pequeno texto explicativo sobre a mesma. Informamos que a preocupação aqui não é com a qualidade em si da imagem, mas com o seu resgate histórico, tendo ainda o objetivo de auxiliar na preservação de uma parte da memória e da cultura aeronáutica brasileira. Seja muito bem vindo(a) a bordo e boa leitura!


O vídeo que apresentamos nesta matéria mostra o sensacional registro de um pouso de assalto executado por um dos De Havilland Canada DHC-5A Buffalo da FAB, manobra que alia a perícia e treinamento da tripulação com as excepcionais características de pouso curto deste avião. A filmagem foi feita em Pirassununga, interior de São Paulo, na Academia da Força Aérea (AFA), durante o evento aeronáutico em comemoração aos 50 anos do Esquadrão de Demonstração Aérea, em maio de 2002. Denominada na FAB de C-115, a aeronave era utilizada pelo Primeiro Esquadrão do Grupo de Transporte de Tropas (1º/1º GTT), com sede na Base Aérea dos Afonsos/RJ. O Búfalo operou com a Força Aérea Brasileira entre os anos de 1968 até 2002, sendo utilizados um total de 24 exemplares, matriculados como FAB 2350 a 2373. Com suas características ímpares de operação, esta aeronave foi fundamental para consolidar a presença do Brasil na extensa fronteira Oeste/Norte do território nacional, executando inúmeras ações de cunho logístico e assistencial em benefício da integração e do desenvolvimento da região.

DeHavilland Canada DHC-5A Buffalo, Academia da Força Aérea, Maio de 2002.


segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Uma imagem curiosa #21



Esta matéria é parte integrante de uma série de fotos e/ou vídeos especialmente escolhidos em nosso acervo analógico e digital, trazendo algum tipo de curiosidade, raridade ou informação interessante a respeito destas imagens, seja acerca da aeronave em si ou um fato ou história relacionados a ela. Ocasionalmente, publicaremos uma destas imagens, junto com um pequeno texto explicativo sobre a mesma. Informamos que a preocupação aqui não é com a qualidade em si da imagem, mas com o seu resgate histórico, tendo ainda o objetivo de auxiliar na preservação de uma parte da memória e da cultura aeronáutica brasileira. Seja muito bem vindo(a) a bordo e boa leitura!


Nota Editorial: A partir desta edição, o título desta série de matérias passa a ser intitulado como "Uma imagem curiosa", por ter a possibilidade de conter vídeos, além de fotos.

Quem compareceu ao Portões Abertos da Base Aérea de Florianópolis em 1996 teve a oportunidade de presenciar uma demonstração memorável de um verdadeiro ícone da aviação militar brasileira. Estamos falando do saudoso Antônio Arthur Braga (1932-2003), mais conhecido como Coronel Braga, um dos pilotos que ajudou a popularizar e sedimentar o nome da Esquadrilha da Fumaça (na época voando com os lendários North American T-6), Unidade Aérea que integrou por 17 anos, cinco deles como comandante. Diga-se de passagem a relação entre o Cel. Braga e o T-6 excedeu todas as barreiras, tornando-se quase um sinônimo, inclusive, até os dias de hoje é seu o recorde de piloto mais voado neste modelo de aeronave, totalizando mais de dez mil horas de voo, marca impulsionada pelas suas inúmeras apresentações acrobáticas pelo Brasil afora.

North American T-6 e Beechcraft E18S (em primeiro plano), Circo Aéreo Ônix, Base Aérea de Florianópolis, Outubro de 1996.

Alguns minutos deste tempo de voo foram somados a sua caderneta aqui em Florianópolis em 1996. Mesmo não estando com seu Tango Romeo Bravo (PT-TRB), um North American T-6 pintado com as cores originais da Esquadrilha da Fumaça, dado a ele de presente em 1977, Braga "pegou emprestado" um dos T-6 do Circo Aéreo Ônix e proporcionou aos presentes uma demonstração acrobática de gala, não faltando seus famosos rasantes sobre a taxiway Charlie, uma verdadeira aula de arrojo e domínio da aeronave, a qual tenho a felicidade de compartilhar com nossos leitores através do vídeo abaixo:





sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Um clique curioso #20


Esta matéria é parte integrante de uma série de fotos e/ou vídeos especialmente escolhidos em nosso acervo analógico e digital, trazendo algum tipo de curiosidade, raridade ou informação interessante a respeito destas imagens, seja acerca da aeronave em si ou um fato ou história relacionados a ela. Ocasionalmente, publicaremos uma destas imagens, junto com um pequeno texto explicativo sobre a mesma. Informamos que a preocupação aqui não é com a qualidade em si da imagem, mas com o seu resgate histórico, tendo ainda o objetivo de auxiliar na preservação de uma parte da memória e da cultura aeronáutica brasileira. Seja muito bem vindo(a) a bordo e boa leitura!


Embraer A-29B Super Tucano, FAB 5923, Base Aérea de Florianópolis, Novembro de 2014.

Um A-29B Super Tucano peculiar esteve presente ao Portões Abertos da Base Aérea de Florianópolis na sua edição de 2014. A aeronave pertence ao Esquadrão de Formação de Ensaios em Voo (EFEV), vinculado ao Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV), órgão por sua vez, subordinado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aerospacial (DCTA), localizado em São José dos Campos/SP. Este é um dos Super Tucano atualmente em uso com o IPEV, aeronave escolhida como sucessora do jato de treinamento AT-26 Xavante até então empregado na Unidade Aérea. Dadas as suas características de voo, no IPEV ele é utilizado no cumprimento de certos tipos missões afetas ao curso de formação dos futuros Pilotos de Testes e Engenheiros de Prova, entre elas, a execução de manobras chamadas de parafuso. Para tal a aeronave está equipada com um equipamento de medição na ponta da asa esquerda e diversos sensores (presos com fita) na base do estabilizador vertical e sobre os estabilizadores horizontais.

O Brasil é o único país do Hemisfério Sul com um Curso de Formação de Pilotos de Testes reconhecido internacionalmente. Além dele, apenas Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França e Índia possuem instituições com tal nível de excelência. Criado em 1986, o curso tem a finalidade de formar pilotos e engenheiros no planejamento, execução e gerenciamento de atividades de ensaio de voos, essenciais para o desenvolvimento, modificação, avaliação ou certificação de aeronaves ou sistemas embarcados. Com uma duração que pode variar de 44 a 70 semanas, o programa de atividades é altamente seletivo e exigente e são poucos aqueles que tem a honra de ostentar ao seu término, o codinome "Prova" (Pilotos) ou "Coringa" (Engenheiros). Além dos Super Tucanos, fazem parte do acervo do EFEV, outras aeronaves de asa fixa e rotativa, como por exemplo, C-95 Bandeirante, C-97 Brasília, H-60 Blackhawk, entre outras.





quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Um clique curioso #19


Esta matéria é parte integrante de uma série de fotos e/ou vídeos especialmente escolhidos em nosso acervo analógico e digital, trazendo algum tipo de curiosidade, raridade ou informação interessante a respeito destas imagens, seja acerca da aeronave em si ou um fato ou história relacionados a ela. Ocasionalmente, publicaremos uma destas imagens, junto com um pequeno texto explicativo sobre a mesma. Informamos que a preocupação aqui não é com a qualidade em si da imagem, mas com o seu resgate histórico, tendo ainda o objetivo de auxiliar na preservação de uma parte da memória e da cultura aeronáutica brasileira. Seja muito bem vindo(a) a bordo e boa leitura!


Dassault Mirage IIIEBR, FAB 4922, Base Aérea de Canoas, Outubro de 2004.

Em outubro de 2004 o Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA) deslocou-se com dez aeronaves Mirage IIIEBR/DBR para Canoas/RS a fim de participar do Exercício Terral, em conjunto com os Northrop F-5E/F Tiger II do Esquadrão Pampa. O período do treinamento coincidiu com a realização da Expoaer daquele ano, dando a oportunidade aos presentes de ver ou registrar esses fantásticos caças com asas em delta e linhas elegantes. Dentre os Mirage presentes em Canoas estava o FAB 4922 ostentando a pintura comemorativa aos 30 anos de emprego da aeronave com a Força Aérea Brasileira, idealizada em 2002 pelo designer gráfico Reinor Fernandes. Esse avião também ficou conhecido entre os spotters como "Louro José", em alusão a um papagaio, personagem de um programa matinal de uma certa emissora de TV.

A Força Aérea Brasileira adquiriu no início da década de 70, na França, um lote original de 12 Mirage IIIE (monopostos, matriculados entre FAB 4910 a FAB 4922*) e 4 Mirage IIID (bipostos, recebendo as matrículas FAB 4900 a FAB 4903), todos novos de fábrica, ganhando no Brasil a denominação de F-103E/D, respectivamente, todos alocados à Primeira Ala de Defesa Aérea (1ª ALADA), posteriormente Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), em Anápolis/GO, ingressando a FAB na era dos caças supersônicos. Posteriormente, com a finalidade de repor aeronaves perdidas e manter a capacidade operacional, mais alguns jatos Mirage foram adquiridos a partir de 1980, totalizando mais nove E (FAB 4923 a FAB 4931) e seis D (FAB 4904 a FAB 4909). Sobre dois desses bipostos falaremos em breve em outra matéria.





Nota Editorial: Pesquisando as datas de recebimento das aeronaves, não encontramos quando efetivamente aconteceu o recebimento do FAB 4922. Ele não se encaixa na série de matrículas original de 12 aeronaves, começando em FAB 4910 nem pertenceu às primeiras reposições, iniciadas com a aeronave FAB 4923. Fato é que até a desativação do Mirage III, em 31 de dezembro de 2005, a Força Aérea Brasileira operou um total de 22 modelos monopostos e 10 da versão biposta.


Mirage IIIEBR, FAB 4922, Base Aérea de Canoas, Outubro de 2004.






quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Um clique curioso #18


Esta matéria é parte integrante de uma série de fotos especialmente escolhidas em nosso acervo fotográfico analógico e digital, trazendo algum tipo de curiosidade, raridade ou informação histórica a respeito destas imagens, seja acerca da aeronave em si ou um fato ou história relacionados a ela. Semanalmente, às segundas e quintas, publicaremos uma destas fotos, junto com um pequeno texto explicativo sobre a mesma. Informamos que a preocupação aqui não é com a qualidade em si da imagem, mas com o seu resgate histórico, tendo ainda o objetivo de auxiliar na preservação de uma parte da memória e da cultura aeronáutica brasileira. Seja muito bem vindo(a) a bordo e boa leitura!


A presente matéria é saudosismo puro. Ela não traz nenhuma foto, apenas um vídeo, feito em maio de 1997, mostrando a chegada de um Boeing 767-200 da Transbrasil ao Aeroporto Internacional Hercílio Luz. Nesta época o mirante do então Terminal de Passageiros ainda não tinha vidros, propiciando uma vista e uma experiência bem mais agradáveis para quem gostava de fotografar ou simplesmente observar as aeronaves. A Transbrasil foi a Companhia Aérea latino-americana pioneira em utilizar o Boeing 767, recebendo seu primeiro exemplar em 1983, apenas dois anos após a apresentação oficial da aeronave. A companhia operou em sua história um total de 14 exemplares do Boeing 767, sendo quatro da versão -200, cinco da versão -200ER e mais cinco do modelo -300ER. Confira abaixo o vídeo:



segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Cargas "Made in USA"




O Aeroporto Internacional Hercílio Luz (FLN/SBFL) recebeu no início da tarde de hoje, 10 de agosto, o primeiro voo da mais recente rota aérea incorporada a sua malha de voos regulares, operado pela LATAM Cargo Brasil ligando a cidade de Miami nos Estados Unidos à capital catarinense. Com uma frequência semanal, sempre às segundas-feiras, será realizado por uma das aeronaves Boeing 767-300F da companhia aérea, colocando definitivamente Florianópolis no mercado internacional de cargas. Cabe ressaltar que o Aeroporto Hercílio Luz até então operava apenas um voo doméstico diário de cargas, realizado pela Total Linhas Aéreas em atendimento exclusivo à Rede Postal Noturna (RPN) dos Correios com seus clássicos Boeing 727-200 na Rota Florianópolis/ Curitiba/ Guarulhos/ Florianópolis. O voo de hoje recebeu o código LTG8487 e partiu do Aeroporto Internacional de Miami (MIA/KMIA) às 03:30h (Horário de Brasília) e decorridas quase dez horas em voo direto, pousou na capital catarinense trazendo uma carga em sua maioria de equipamentos eletrônicos.

Rota do voo LTG8487. Fonte: www.flightaware.com

A LATAM Cargo Brasil é uma subsidiária do Grupo LATAM e atualmente conta com três aeronaves Boeing 767-300F em seu acervo, com as matrículas PR-ABB (c/n 29981), PR-ABD (c/n 34245) e PR-ACO (c/n 35817), todas oriundas da ABSA Cargo, companhia aérea brasileira incorporada ao grupo em 2010. A aeronave que estreou as operações para a capital catarinense foi o Boeing 767 com a matrícula PR-ACO, ostentando ainda a pintura original da LATAM Cargo Brasil. Trata-se de um Boeing 767 da variante -346F (ER), tendo feito seu primeiro voo em 01 de setembro de 2007 e a princípio entregue para a Japan Airlines sob a matrícula JA632J. No início de 2011 passou a voar com as cores da mexicana MAS Air Cargo e com o registro N526LA. Finalmente, em outubro de 2014 a aeronave passou a utilizar a matrícula PR-ACO e foi integrada às operações do Grupo LATAM, ganhando a atual pintura, inicialmente operando sob o nome ABSA e em 2016 sendo definitivamente incorporada à LATAM Cargo Brasil.


Um momento marcante, o primeiro pouso da nova rota internacional de cargas.

Com uma série de melhorias feitas pela atual administração do Aeroporto nas áreas de logística, infra-estrutura,  equipamentos e capacitação de mão-de-obra, esta nova ligação aérea representa um marco e a concretização de um antigo anseio dos setores econômicos e industriais não apenas para a região da Grande Florianópolis mas para o Estado catarinense como um todo, uma vez que abre um extenso leque de possibilidades no que tange ao transporte de cargas, que até então eram desembarcadas em outros aeroportos fora do Estado e seguiam para Santa Catarina por via terrestre. As operações recentes de dois Boeing 747 cargueiros em apoio ao combate à COVID-19 comprovaram os investimentos realizados e a capacidade do aeroporto para o recebimento de aeronaves deste tipo, sedimentando o caminho para a chegada deste voo, que esperamos possa alavancar a vinda de outros mais, sem dúvidas um enorme incentivo para a economia catarinense e mais uma oportunidade para quem gosta de fotografar e observar aeronaves.

Como de costume, a aeronave recebeu a tradicional saudação reservada aos voos de estreia. Confira o vídeo.


Gostaríamos de agradecer à Assessoria de Comunicação Social da Floripa Airport por mais uma vez facilitar o acesso às dependências do Aeroporto, sobretudo ao terraço panorâmico para a realização das fotos aqui presentes, sem este apoio, esta matéria não teria sido possível.

Um clique curioso #17


Esta matéria é parte integrante de uma série de fotos especialmente escolhidas em nosso acervo fotográfico analógico e digital, trazendo algum tipo de curiosidade, raridade ou informação histórica a respeito destas imagens, seja acerca da aeronave em si ou um fato ou história relacionados a ela. Semanalmente, às segundas e quintas, publicaremos uma destas fotos, junto com um pequeno texto explicativo sobre a mesma. Informamos que a preocupação aqui não é com a qualidade em si da imagem, mas com o seu resgate histórico, tendo ainda o objetivo de auxiliar na preservação de uma parte da memória e da cultura aeronáutica brasileira. Seja muito bem vindo(a) a bordo e boa leitura!


Northrop F-5E Tiger II, FAB 4869, Base Aérea de Canoas, Outubro de 1997.

A foto acima apresenta algo bastante incomum. Os leitores do blog que são aficcionados por Aviação Militar logo irão perceber de imediato do que se trata, entretanto, para quem não é totalmente familiarizado com este universo, talvez tenha alguma dificuldade em identificar o que há de tão inusitado na imagem. Nos eventos aeronáuticos organizados pela Base Aérea de Canoas (atual Ala 3) é uma tradição do Primeiro Esquadrão do Décimo Quarto Grupo de Aviação (1º/14º GAv) colocar uma de suas aeronaves Northrop F-5 Tiger II em exposição estática com as opções de armamento e demais cargas externas. 

Na edição do ano de 1997 da Expoaer, a aeronave em exibição trazia um grande míssil ao seu lado. Tratava-se de um Matra R-530, um míssil ar-ar de médio-alcance de fabricação francesa desenvolvido porém, para atuar como parte do conjunto de armamentos do Dassault Mirage III, não sendo compatível nem utilizado pelas aeronaves F-5. Assim, estamos diante de um verdadeiro estranho no ninho, ou melhor, na foto. Até hoje permanece uma incógnita, pelo menos para este editor, o que este armamento estava fazendo ali, mas o fato é que algum tempo depois, um míssil do mesmo modelo (talvez o mesmo exemplar, ou outro, já que aquele parecia operacional) ganhou um lugar permanente, exposto próximo ao hangar do Esquadrão Pampa, como mostra a imagem abaixo.

Matra R-530, Base Aérea de Canoas, Outubro de 2003.

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Um clique curioso #16


Esta matéria é parte integrante de uma série de fotos especialmente escolhidas em nosso acervo fotográfico analógico e digital, trazendo algum tipo de curiosidade, raridade ou informação histórica a respeito destas imagens, seja acerca da aeronave em si ou um fato ou história relacionados a ela. Semanalmente, às segundas e quintas, publicaremos uma destas fotos, junto com um pequeno texto explicativo sobre a mesma. Informamos que a preocupação aqui não é com a qualidade em si da imagem, mas com o seu resgate histórico, tendo ainda o objetivo de auxiliar na preservação de uma parte da memória e da cultura aeronáutica brasileira. Seja muito bem vindo(a) a bordo e boa leitura!


Lockheed C-130E/H Hércules, Aeroporto Intl. Hercílio Luz, Novembro de 2002.

Em novembro de 2002 a Base Aérea de Florianópolis recebeu um dos maiores exercícios militares de sua história. Estamos falando da OPERAER, organizada pela Segunda Força Aérea (FAE 2), contando com a participação de centenas de militares e diversas Unidades Aéreas envolvendo praticamente todas as Aviações da Força Aérea Brasileira. Para dar conta desta grandiosa logística, foi estabelecida uma verdadeira ponte aérea ligando as Bases Aéreas dos Afonsos e do Galeão (ambas localizadas na cidade do Rio de Janeiro), dois dos principais polos de transporte da FAB, à capital catarinense. Protagonizando estes voos estavam os Lockheed C-130 Hércules, proporcionando um desfile de camuflagens para todos os gostos, fazendo a alegria de qualquer spotter ou amante de Aviação Militar. Como mostram os vídeos a seguir, pode-se observar a atividade aérea frenética, com várias aeronaves pousando em sequência, apenas para desembarque, com pouco tempo de solo antes da decolagem de volta as suas bases de origem.





Em 2001 a FAB havia adquirido um lote adicional de dez C-130H junto à Aeronautica Militare Italiana para recompor a frota e aumentar a sua capacidade logística. Estes vieram com os padrões de pintura utilizados por aquela arma aérea, incluindo alguns na cor cinza e outros com a camuflagem padrão OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), somando-se à camuflagem adotada pela frota da FAB, denominada de "Southeast Asia". Cabe ressaltar que estes foram os últimos Hércules a entrar em serviço com a FAB, recebendo as matrículas de FAB 2470 a FAB 2479.

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Um clique curioso #15


Esta matéria é parte integrante de uma série de fotos especialmente escolhidas em nosso acervo fotográfico analógico e digital, trazendo algum tipo de curiosidade, raridade ou informação histórica a respeito destas imagens, seja acerca da aeronave em si ou um fato ou história relacionados a ela. Semanalmente, às segundas e quintas, publicaremos uma destas fotos, junto com um pequeno texto explicativo sobre a mesma. Informamos que a preocupação aqui não é com a qualidade em si da imagem, mas com o seu resgate histórico, tendo ainda o objetivo de auxiliar na preservação de uma parte da memória e da cultura aeronáutica brasileira. Seja muito bem vindo(a) a bordo e boa leitura!



Durante a Operação FAEX VI em 2004, tivemos a participação em Florianópolis dos então quatro Esquadrões de Patrulha Marítima operacionais da Força Aérea Brasileira, todos equipados com os P-95A e/ou B, versão de patrulhamento e esclarecimento marítimo do EMB-110 Bandeirante. Dentre as aeronaves presentes estava o FAB 7050, nada menos que o primeiro P-95 a entrar em serviço na Força Aérea Brasileira, fato este que ocorreu no ano de 1978. Na linha de voo disposta sobre a pista 03/21 do Aeroporto Internacional Hercílio Luz, o FAB 7050, pertencente ao Quarto Esquadrão do Sétimo Grupo de Aviação (4º/7º GAv) se destacava de seus irmãos por apresentar uma marcação especial, um adesivo comemorativo pelos 25 anos de serviço operacional, localizado na seção dianteira da fuselagem do lado direito da aeronave, na altura de onde se encontra o emblema da Unidade Aérea. Ao todo a FAB recebeu 12 modelos P-95A, matriculados de FAB 7050 a FAB 7061 e posteriormente mais 10 exemplares da versão melhorada P-95B, com as matrículas FAB 7100 a FAB 7109. Atualmente duas Unidades Aéreas continuam operando o Bandeirante Patrulha, os Segundo e Terceiro Esquadrões do Sétimo Grupo de Aviação, respectivamente sediados em Canoas/RS e Belém/PA.

Embraer P-95A Bandeirante Patrulha, FAB 7050, Pista 03/21, Aeroporto Intl. Hercílio Luz, Outubro de 2004.