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segunda-feira, 22 de junho de 2020

Um clique curioso #3


Esta matéria é parte integrante de uma série de fotos especialmente escolhidas em nosso acervo fotográfico analógico e digital, trazendo algum tipo de curiosidade, raridade ou informação histórica a respeito destas imagens, seja acerca da aeronave em si ou um fato ou história relacionados a ela. Semanalmente, às segundas e quintas, estaremos publicando uma destas fotos, junto com um pequeno texto explicativo sobre a mesma. Informamos que a preocupação aqui não é com a qualidade em si da imagem, mas com o seu resgate histórico, tendo ainda o objetivo de auxiliar na preservação de uma parte da memória e da cultura aeronáutica brasileira. Seja muito bem vindo(a) a bordo e boa leitura!


Northrop F-5E Tiger II, FAB 4857, Base Aérea de Canoas/RS, Outubro de 2001.

Durante a edição de 2001 da Expoaer da Base Aérea de Canoas/RS (atualmente Ala 3), uma aeronave em exposição estática chamou a atenção. Embora para a maioria dos leigos ou desatentos pudesse parecer apenas mais uma entre tantas outras no pátio, para quem gosta de Aviação Militar estava ali diante dos olhos, algo pouco usual de ser visto, nem tanto pela aeronave em si (que também tem sua peculiaridade, como veremos mais adiante), mas pela sua configuração das cargas externas. Estamos falando de um dos Northrop F-5E Tiger II pertencente ao Primeiro Esquadrão do Décimo Quarto Grupo de Aviação (1º/14º GAv) exibindo sua capacidade plena de emprego com todos os seus sete pontos de carga ocupados, dois deles em especial com algo bem curioso, como vamos ver a seguir.


Na imagem acima é possível observar dois mísseis ar-ar Mectron MAA-1 Piranha em sua versão de manejo (inertes, sem carga bélica e motor de propulsão), identificados pela cor azul, nos trilhos das pontas das asas. Nos suportes subalares externos vemos duas bombas de emprego geral, também inertes, além de três tanques de combustível de 1040 litros cada um (dois nos suportes subalares internos e um no suporte central). Finalmente, compondo o conjunto de armas estão os dois canhões de 20 mm montados sobre o nariz da aeronave.

Reside exatamente no dois suportes subalares internos o motivo desta matéria, uma vez que é bastante incomum vermos um F-5 utilizando grandes tanques de combustível sob as asas, geralmente é levado apenas um, na posição central, sob a fuselagem. Diante do exposto, pode-se imaginar uma situação hipotética de emprego real desta configuração (no caso com mísseis e bombas ativas), que seria a execução de uma missão de ataque ao solo sobre um alvo localizado a grande distância do ponto de partida e sem outros aeródromos ou bases de apoio até o objetivo, o que explicaria a adoção dos três tanques de combustível de grande capacidade, uma vez que trata-se de um exemplar do segundo lote de F-5 adquiridos em 1988, portanto, sem a sonda de reabastecimento em voo (item que só seria acrescentado posteriormente com o programa de modernização F-5BR). Já os mísseis ar-ar e os canhões de 20 mm seriam para a autodefesa da aeronave contra eventuais caças inimigos.

Uma outra curiosidade presente nestas fotos, esta sim, referente à aeronave é o fato do FAB 4857 ter sido o segundo F-5E Tiger II de série a deixar a linha de produção da Northrop. No lote de 22 caças F-5E (monopostos) e 4 F-5F (bipostos) adquiridos pela FAB dos Estados Unidos em 1988, 15 deles faziam parte do primeiro lote de 30 aeronaves entregues pela fabricante estadunidense no início da década de 70.



3 comentários:

Carlos Eduardo Nascimento disse...

Oi Marcelo.

Parabéns pelo texto amigo. Muito, muito bom.
Essa nova série de matérias está ótima e me faz lembrar de muita coisa já há algum tempo esquecidas... Muito bom.

Essa configuração é a de ataque 600 milhas. Tem muitas referências a ela no livro do Esquadrão Pampa.

Um abraço e....

Continuueeeeeeeeee. :+D

Aviação em Floripa disse...

Grato meu amigo, pelo incentivo e sobretudo pelo acréscimo de informação, enriquecendo a matéria.

Pedro B S Filho disse...

Confesso que tentei adivinhar qual ou quais seriam as curiosidades referentes a aeronave antes de ler a matéria, mas a única coisa que confirmei foi minha pouca intimidade com o assunto embora ame aviação.
Grato pelo conteúdo tão bem explicado.

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