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quinta-feira, 18 de junho de 2020

Um clique curioso #2


Esta matéria é parte integrante de uma série de fotos especialmente escolhidas em nosso acervo fotográfico analógico e digital, trazendo algum tipo de curiosidade, raridade ou informação histórica a respeito destas imagens, seja acerca da aeronave em si ou um fato ou história relacionados a ela. Semanalmente, às segundas e quintas, estaremos publicando uma destas fotos, junto com um pequeno texto explicativo sobre a mesma. Informamos que a preocupação aqui não é com a qualidade em si da imagem, mas com o seu resgate histórico, tendo ainda o objetivo de auxiliar na preservação de uma parte da memória e da cultura aeronáutica brasileira. Seja muito bem vindo(a) a bordo e boa leitura!


PP-ZAT, Base Aérea de Florianópolis, Outubro de 2009.

Uma grata surpresa esteve presente no Portões Abertos da Base Aérea de Florianópolis em 2009. Estamos falando do Grumman SA-16A Albatross utilizado na produção cinematográfica "Os Mercenários" (The Expendables), escrita e dirigida por Sylvester Stallone, que estreou nas telonas em agosto do ano seguinte. A aeronave ainda ostentava a pintura empregada no filme, na trama da história, pertencente a uma ONG ficctícia de proteção ambiental chamada Global Wildlife Conservancy (GWC). Uma nota curiosa e que poucos sabem sobre este avião é que em 1955 (três anos antes de ser incorporado à FAB) já havia tomado parte em outro filme, chamado "Battle Taxi", onde aparece em algumas tomadas de solo.


Interessante comentar que este pátio e este avião tem uma relação bem íntima, uma vez que este exemplar pertenceu à Força Aérea Brasileira sob a matrícula FAB 6535 (c/n G-38, 49-080), servindo durante toda sua vida operacional junto ao Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (2º/10º GAv), Unidade Aérea dedicada à missão de Busca e Salvamento (S.A.R., em inglês Search And Rescue), que entre os anos de 1972 e 1980 teve a Base Aérea de Florianópolis como sua sede.

Concebido como um resposta aos desafios e necessidades observadas nas missões de resgate sobre o mar durante a Segunda Guerra Mundial, o Albatross começou a ganhar formas nas pranchetas da Grumman em 1944, realizando seu voo inaugural em 24 de outubro de 1947. O sucesso deste avião anfíbio com motores radiais e silhueta marcante na execução de missões SAR foi imediato, servindo ao longo de sua vida operacional com Marinhas e Forças Aéreas de dezenove países, entre eles, o Brasil. Ao todo 466 Albatross foram construídos e até hoje alguns poucos continuam em condições de voo, mantidos por colecionadores e operadores civis.

A Força Aérea Brasileira operou um total de 14 exemplares do Albatross (matriculados de FAB 6528 a FAB 6541), entre os anos de 1958 e 1980. Para voar a aeronave, uma nova Unidade Aérea especializada em missões de Busca e Salvamento foi criada, o 2º/10º GAv, inicialmente situada na Base Aérea de São Paulo (BASP), em Cumbica. No início de 1972 o esquadrão foi transferido para Florianópolis permanecendo na capital catarinense até a desativação do Albatross na FAB, ocorrida em agosto de 1980, quando então a Unidade Aérea foi realocada em Campo Grande/MS, à espera de seu novo vetor de asa fixa, o EMB-110 Bandeirante SAR, designado como SC-95B, à epoca, em fase final de desenvolvimento pela Embraer.



O exemplar abordado nesta matéria, operou na FAB sob a matrícula FAB 6535, sendo incorporado ao serviço ativo em 6 de abril de 1959 e desativado em 28 de agosto de 1980. Após seu descomissionamento, foi entregue ao Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMA-SP) e colocado à venda juntamente com outros três Albatross em 1982, sendo adquiridos por uma empresa da Islândia em 1984, permanecendo estocados no Campo de Marte/SP até 1999. Após idas e vindas o avião foi finalmente adquirido em 2009 por Carlos Edo e colocado em condições de voo para atuar junto ao Circo Aéreo Ônix, Esquadrilha Oi e posteriormente Circo Aéreo Extreme. No mesmo ano de sua aquisição já foi utilizado no filme, recebendo o esquema de pintura retratado nas fotos. Atualmente o PP-ZAT encontra-se baseado no Aeroclube de Campinas, interior de São Paulo e ostenta uma pintura que traz referências ao padrão utilizado pela Marinha dos Estados Unidos (U.S. Navy) durante a década de 50.

Fontes consultadas:
Website História da Força Aérea Brasileira (http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/index.html)


No ano seguinte o Albatross retornou a Florianópolis, desta vez já com seu novo esquema de pintura. PP-ZAT, Base Aérea de Florianópolis, Outubro de 2010.




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