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segunda-feira, 29 de junho de 2020

Um clique curioso #5


Esta matéria é parte integrante de uma série de fotos especialmente escolhidas em nosso acervo fotográfico analógico e digital, trazendo algum tipo de curiosidade, raridade ou informação histórica a respeito destas imagens, seja acerca da aeronave em si ou um fato ou história relacionados a ela. Semanalmente, às segundas e quintas, publicaremos uma destas fotos, junto com um pequeno texto explicativo sobre a mesma. Informamos que a preocupação aqui não é com a qualidade em si da imagem, mas com o seu resgate histórico, tendo ainda o objetivo de auxiliar na preservação de uma parte da memória e da cultura aeronáutica brasileira. Seja muito bem vindo(a) a bordo e boa leitura!


Airbus A320-232, PT-MZL, Base Aérea de Florianópolis, Dezembro de 2003.

Na noite de 6 de novembro de 2003, uma quinta-feira, um Airbus A320 da TAM, procedente do Aeroporto de Congonhas em São Paulo com destino ao Aeroporto Internacional Hercílio Luz, em Florianópolis, acidentou-se na hora do pouso. Chovia muito na capital catarinense e a condição de pista molhada conjugada com fortes ventos laterais fizeram com que a aeronave perdesse o eixo da pista na hora da aterrissagem, derrapando e saindo da mesma. Como consequência, o A320 acabou quebrando o trem de pouso do nariz, além de outros danos menores em uma das asas e em partes da fuselagem. O voo JJ-3105 trazia a bordo 122 passageiros e 6 tripulantes e felizmente não houve feridos, apenas o susto e o posterior transtorno para quem necessitava chegar ou partir de Florianópolis, uma vez que a pista ficou cerca de dez horas fechada para pousos e decolagens até a retirada do avião.


Para recuperar a aeronave e colocá-la novamente em condições de voo foi construído um hangar provisório no pátio da Base Aérea de Florianópolis. Todo o período de reparo levou cerca de quatro meses, incluindo a vinda à capital catarinense de um cargueiro russo Antonov An-124 no início de 2004, procedente de Toulouse, na França, trazendo peças de reposição para o conserto do A320. Matriculado PT-MZL (c/n 1376), até hoje continua voando nas cores da companhia aérea brasileira, agora sob o nome LATAM Brasil.


quinta-feira, 25 de junho de 2020

Um clique curioso #4


Esta matéria é parte integrante de uma série de fotos especialmente escolhidas em nosso acervo fotográfico analógico e digital, trazendo algum tipo de curiosidade, raridade ou informação histórica a respeito destas imagens, seja acerca da aeronave em si ou um fato ou história relacionados a ela. Semanalmente, às segundas e quintas, estaremos publicando uma destas fotos, junto com um pequeno texto explicativo sobre a mesma. Informamos que a preocupação aqui não é com a qualidade em si da imagem, mas com o seu resgate histórico, tendo ainda o objetivo de auxiliar na preservação de uma parte da memória e da cultura aeronáutica brasileira. Seja muito bem vindo(a) a bordo e boa leitura!


Embraer EMB-326GB Xavante, FAB 4600, Base Aérea de Florianópolis, Outubro de 1994.

Em meados da década de 80, a Força Aérea Brasileira iniciou estudos para ampliar a capacidade operacional de sua frota de jatos AT-26 Xavante através da incorporação de um sistema de reabastecimento em voo, com o objetivo de aumentar o raio de ação da aeronave, principalmente em missões de ataque e reconhecimento tático. O desenvolvimento do programa, chamado de Projeto REVO, ficou a cargo do Centro Técnico Aerospacial (CTA), com sede em São José dos Campos/SP. Dividido em duas etapas distintas, consistia inicialmente na adoção da mesma sonda já utilizada pelo Northrop F-5E Tiger II e, posteriormente, sua adequação para garantir a efetiva transferência do combustível até os tanques internos. Em ambas as etapas, estavam previstos ensaios em voo com o avião cisterna KC-130 Hercules para a validação do sistema. Para servir de protótipo, foram escolhidos dois AT-26 Xavante com as matrícula FAB 4566 e FAB 4600, este último subordinado ao Primeiro Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (1º/10º GAv), Unidade Aérea com sede na Base Aérea de Santa Maria/RS.


Toda a parte prática do projeto, envolvendo os ensaios em voo foi realizada pelo Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento (IPD), atualmente Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV) vinculado ao CTA, comprovando a viabilidade do sistema. Entretanto, o projeto de dotar o Xavante com o recurso acabou sendo cancelado pela Força Aérea Brasileira, sendo que o FAB 4600 manteve o equipamento instalado até sua retirada de serviço. Atualmente este exemplar encontra-se em São José dos Campos e recentemente foi totalmente restaurado pela Divisão de Suprimentos e Manutenção (ESM) do IPEV, passando a ganhar um local permanente para exposição ao público, garantindo assim a preservação desta aeronave e da sua história. Já o FAB 4566 teve o probe removido e após sua desativação foi repassado ao Museu da TAM aonde encontra-se preservado.

Embraer EMB-326GB Xavante, FAB 4566, Museu da TAM, São Carlos/SP, Maio de 2012.


Fontes: 
Website História da Força Aérea Brasileira (http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/index.html)


segunda-feira, 22 de junho de 2020

Um clique curioso #3


Esta matéria é parte integrante de uma série de fotos especialmente escolhidas em nosso acervo fotográfico analógico e digital, trazendo algum tipo de curiosidade, raridade ou informação histórica a respeito destas imagens, seja acerca da aeronave em si ou um fato ou história relacionados a ela. Semanalmente, às segundas e quintas, estaremos publicando uma destas fotos, junto com um pequeno texto explicativo sobre a mesma. Informamos que a preocupação aqui não é com a qualidade em si da imagem, mas com o seu resgate histórico, tendo ainda o objetivo de auxiliar na preservação de uma parte da memória e da cultura aeronáutica brasileira. Seja muito bem vindo(a) a bordo e boa leitura!


Northrop F-5E Tiger II, FAB 4857, Base Aérea de Canoas/RS, Outubro de 2001.

Durante a edição de 2001 da Expoaer da Base Aérea de Canoas/RS (atualmente Ala 3), uma aeronave em exposição estática chamou a atenção. Embora para a maioria dos leigos ou desatentos pudesse parecer apenas mais uma entre tantas outras no pátio, para quem gosta de Aviação Militar estava ali diante dos olhos, algo pouco usual de ser visto, nem tanto pela aeronave em si (que também tem sua peculiaridade, como veremos mais adiante), mas pela sua configuração das cargas externas. Estamos falando de um dos Northrop F-5E Tiger II pertencente ao Primeiro Esquadrão do Décimo Quarto Grupo de Aviação (1º/14º GAv) exibindo sua capacidade plena de emprego com todos os seus sete pontos de carga ocupados, dois deles em especial com algo bem curioso, como vamos ver a seguir.


Na imagem acima é possível observar dois mísseis ar-ar Mectron MAA-1 Piranha em sua versão de manejo (inertes, sem carga bélica e motor de propulsão), identificados pela cor azul, nos trilhos das pontas das asas. Nos suportes subalares externos vemos duas bombas de emprego geral, também inertes, além de três tanques de combustível de 1040 litros cada um (dois nos suportes subalares internos e um no suporte central). Finalmente, compondo o conjunto de armas estão os dois canhões de 20 mm montados sobre o nariz da aeronave.

Reside exatamente no dois suportes subalares internos o motivo desta matéria, uma vez que é bastante incomum vermos um F-5 utilizando grandes tanques de combustível sob as asas, geralmente é levado apenas um, na posição central, sob a fuselagem. Diante do exposto, pode-se imaginar uma situação hipotética de emprego real desta configuração (no caso com mísseis e bombas ativas), que seria a execução de uma missão de ataque ao solo sobre um alvo localizado a grande distância do ponto de partida e sem outros aeródromos ou bases de apoio até o objetivo, o que explicaria a adoção dos três tanques de combustível de grande capacidade, uma vez que trata-se de um exemplar do segundo lote de F-5 adquiridos em 1988, portanto, sem a sonda de reabastecimento em voo (item que só seria acrescentado posteriormente com o programa de modernização F-5BR). Já os mísseis ar-ar e os canhões de 20 mm seriam para a autodefesa da aeronave contra eventuais caças inimigos.

Uma outra curiosidade presente nestas fotos, esta sim, referente à aeronave é o fato do FAB 4857 ter sido o segundo F-5E Tiger II de série a deixar a linha de produção da Northrop. No lote de 22 caças F-5E (monopostos) e 4 F-5F (bipostos) adquiridos pela FAB dos Estados Unidos em 1988, 15 deles faziam parte do primeiro lote de 30 aeronaves entregues pela fabricante estadunidense no início da década de 70.



quinta-feira, 18 de junho de 2020

Um clique curioso #2


Esta matéria é parte integrante de uma série de fotos especialmente escolhidas em nosso acervo fotográfico analógico e digital, trazendo algum tipo de curiosidade, raridade ou informação histórica a respeito destas imagens, seja acerca da aeronave em si ou um fato ou história relacionados a ela. Semanalmente, às segundas e quintas, estaremos publicando uma destas fotos, junto com um pequeno texto explicativo sobre a mesma. Informamos que a preocupação aqui não é com a qualidade em si da imagem, mas com o seu resgate histórico, tendo ainda o objetivo de auxiliar na preservação de uma parte da memória e da cultura aeronáutica brasileira. Seja muito bem vindo(a) a bordo e boa leitura!


PP-ZAT, Base Aérea de Florianópolis, Outubro de 2009.

Uma grata surpresa esteve presente no Portões Abertos da Base Aérea de Florianópolis em 2009. Estamos falando do Grumman SA-16A Albatross utilizado na produção cinematográfica "Os Mercenários" (The Expendables), escrita e dirigida por Sylvester Stallone, que estreou nas telonas em agosto do ano seguinte. A aeronave ainda ostentava a pintura empregada no filme, na trama da história, pertencente a uma ONG ficctícia de proteção ambiental chamada Global Wildlife Conservancy (GWC). Uma nota curiosa e que poucos sabem sobre este avião é que em 1955 (três anos antes de ser incorporado à FAB) já havia tomado parte em outro filme, chamado "Battle Taxi", onde aparece em algumas tomadas de solo.


Interessante comentar que este pátio e este avião tem uma relação bem íntima, uma vez que este exemplar pertenceu à Força Aérea Brasileira sob a matrícula FAB 6535 (c/n G-38, 49-080), servindo durante toda sua vida operacional junto ao Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (2º/10º GAv), Unidade Aérea dedicada à missão de Busca e Salvamento (S.A.R., em inglês Search And Rescue), que entre os anos de 1972 e 1980 teve a Base Aérea de Florianópolis como sua sede.

Concebido como um resposta aos desafios e necessidades observadas nas missões de resgate sobre o mar durante a Segunda Guerra Mundial, o Albatross começou a ganhar formas nas pranchetas da Grumman em 1944, realizando seu voo inaugural em 24 de outubro de 1947. O sucesso deste avião anfíbio com motores radiais e silhueta marcante na execução de missões SAR foi imediato, servindo ao longo de sua vida operacional com Marinhas e Forças Aéreas de dezenove países, entre eles, o Brasil. Ao todo 466 Albatross foram construídos e até hoje alguns poucos continuam em condições de voo, mantidos por colecionadores e operadores civis.

A Força Aérea Brasileira operou um total de 14 exemplares do Albatross (matriculados de FAB 6528 a FAB 6541), entre os anos de 1958 e 1980. Para voar a aeronave, uma nova Unidade Aérea especializada em missões de Busca e Salvamento foi criada, o 2º/10º GAv, inicialmente situada na Base Aérea de São Paulo (BASP), em Cumbica. No início de 1972 o esquadrão foi transferido para Florianópolis permanecendo na capital catarinense até a desativação do Albatross na FAB, ocorrida em agosto de 1980, quando então a Unidade Aérea foi realocada em Campo Grande/MS, à espera de seu novo vetor de asa fixa, o EMB-110 Bandeirante SAR, designado como SC-95B, à epoca, em fase final de desenvolvimento pela Embraer.



O exemplar abordado nesta matéria, operou na FAB sob a matrícula FAB 6535, sendo incorporado ao serviço ativo em 6 de abril de 1959 e desativado em 28 de agosto de 1980. Após seu descomissionamento, foi entregue ao Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMA-SP) e colocado à venda juntamente com outros três Albatross em 1982, sendo adquiridos por uma empresa da Islândia em 1984, permanecendo estocados no Campo de Marte/SP até 1999. Após idas e vindas o avião foi finalmente adquirido em 2009 por Carlos Edo e colocado em condições de voo para atuar junto ao Circo Aéreo Ônix, Esquadrilha Oi e posteriormente Circo Aéreo Extreme. No mesmo ano de sua aquisição já foi utilizado no filme, recebendo o esquema de pintura retratado nas fotos. Atualmente o PP-ZAT encontra-se baseado no Aeroclube de Campinas, interior de São Paulo e ostenta uma pintura que traz referências ao padrão utilizado pela Marinha dos Estados Unidos (U.S. Navy) durante a década de 50.

Fontes consultadas:
Website História da Força Aérea Brasileira (http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/index.html)


No ano seguinte o Albatross retornou a Florianópolis, desta vez já com seu novo esquema de pintura. PP-ZAT, Base Aérea de Florianópolis, Outubro de 2010.




terça-feira, 16 de junho de 2020

Um clique curioso #1


É com satisfação que passamos a apresentar aos nossos leitores, uma nova série de matérias no blog Aviação em Floripa trazendo fotos especialmente pinçadas em nosso acervo fotográfico analógico e digital, que de alguma forma trazem algum tipo de curiosidade, raridade ou informação histórica a respeito daquela imagem, seja acerca da aeronave em si ou um fato ou história relacionados a ela. Ocasionalmente estaremos publicando uma destas fotos, junto com um pequeno texto explicativo sobre a mesma. Informamos que a preocupação aqui não é com a qualidade em si da imagem, mas com o seu resgate histórico, tendo ainda o objetivo de auxiliar na preservação de uma parte da memória e da cultura aeronáutica brasileira. Seja muito bem vindo(a) a bordo e boa leitura!



A-1 FAB 5504, 1º/16º GAv, Academia da Força Aérea/SP, maio de 2002.


Este A-1 pertencente ao Primeiro Esquadrão do Décimo Sexto Grupo de Aviação (1º/16º GAv), Esquadrão Adelphi, com sede na Base Aérea de Santa Cruz/RJ, apresenta algumas características de pintura incorporadas à aeronave com base em um estudo feito no final da década de 90 para diminuir a chance de colisão com aves, especialmente urubus, durante os voos de treinamento, sobretudo na região onde a Unidade Aérea era sediada. Tal medida implicava na adoção da cor preta em toda a extensão do radome (bico da aeronave), além dos bordos de ataque das asas, estabilizador vertical, suportes subalares e na seção dianteira dos tanques suplementares de combustível (não presentes aqui neste exemplar), com o pretenso objetivo de fazer com que a aeronave se tornasse mais visível para a ave, diminuindo assim a chance de colisão com a mesma. 


Estas características de pintura foram adotadas em algumas aeronaves do Adelphi até o início dos anos 2000, quando toda a frota de A-1 da Força Aérea Brasileira (FAB) passou a incorporar e ser uniformizada com o novo padrão tático de camuflagem. Cabe ressaltar também que este esquema de pintura mostrado na foto acima manteve-se associado apenas ao 1º/16º GAv, sendo que os outros dois Esquadrões que operavam o modelo na FAB (1º/10º GAv e 3º/10º GAv), ambos sediados em Santa Maria/RS, nunca o utilizaram, permanecendo com o padrão original de pintura, até também receberem a camuflagem tática.

Nas fotos abaixo, é possível ver dois exemplares do A-1 (o primeiro deles pertencente ao Esquadrão Adelphi e o segundo ao Esquadrão Centauro), ambos fotografados também em 2002, apresentando o padrão original de pintura desta aeronave na FAB. Observe a ausência das características especiais na pintura presentes na aeronave FAB 5504.

A-1 FAB 5501, 1º/16º GAv, Base Aérea de Florianópolis/SC, Novembro de 2002.

A-1 FAB 5533, 3º/10º GAv, Base Aérea de Florianópolis/SC, Outubro de 2002.

domingo, 14 de junho de 2020

Um é bom... dois é muito melhor!





Decorridas aproximadamente 72 horas do histórico pouso de um Boeing 747-400 cargueiro em Florianópolis (vide matéria aqui no blog), eis que outra aeronave de carga pousou na capital, desta vez um Boeing 747 do modelo -200, um pouco menor em termos de dimensões e capacidade de carga, entretanto, infinitamente mais raro, versão esta que não era vista em aeroportos brasileiros há alguns anos.


Aeronaves totalmente pintadas de branco, conhecidas no meio aeronáutico como "albinas" são bem raras e bastante cobiçadas pelos fotógrafos de aviação, ainda mais se tratando de um Boeing 747-200.

Se a presença de um Boeing 747 em terras catarinenses já foi motivo de expectativa entre todos aqueles que gostam de aviação, a notícia da vinda de uma segunda aeronave do mesmo modelo literalmente dobrou a ansiedade e o desejo de acompanhar em todos os detalhes mais esta visita. Dessa forma, desde o início da manhã deste domingo, montamos nosso acampamento nas proximidades da cabeceira 32 do Aeroporto Internacional Hercílio Luz para trazer aos nossos leitores, fotos desta verdadeira “mosca branca” da aviação. É isto que você passa a acompanhar a partir de agora.

Itens essenciais para uma sessão de spotting: uma escada, um rádio receptor e claro, a câmera fotográfica.

Ao se aproximar o horário do pouso, uma grande quantidade de pessoas se fez presente para ver ou registrar a aeronave.


Boeing 747-200 sobre a pista principal e seguindo pela taxiway do Aeroporto Internacional Hercílio Luz.


A COVID-19 na mira novamente


No final da manhã deste domingo (14/6), o Aeroporto Internacional Hercílio Luz (FLN/SBFL) recebeu mais um voo de fretamento de carga trazendo Equipamentos de Proteção Individual (E.P.I.) e outros insumos hospitalares para o combate à COVID-19, em complemento ao voo ocorrido na última quinta-feira. Para realizá-lo, foi contratada a Companhia Aérea Fly Pro Cargo que alocou sua única aeronave para a operação, um Boeing 747-200. Curiosamente a empresa, assim como a Terra Avia (que executou a operação na quinta-feira), também tem sua sede na República da Moldávia. Durante o pouso a aeronave surpreendeu a todos os presentes, mantendo o nariz elevado por um bom tempo antes de tocar a bequilha no solo (conforme pode ser visto na foto de capa da matéria), de modo a utilizar o próprio avião como uma superfície extra na diminuição da sua velocidade, auxiliando na frenagem. Embora não se tenha uma comprovada eficácia desta manobra, sendo condenada até por alguns, não se pode entretanto, negar a beleza visual deste tipo de pouso.

A origem do voo PVV651 teve início no Aeroporto Internacional de Guangzhou Bayun (CAN/ZGGG) na China. Antes de chegar a Florianópolis, a aeronave fez duas escalas, a primeira delas no Aeroporto Internacional do Kuwait (KWI/OKBK), localizado na cidade e país de mesmo nome e a segunda, no Aeroporto Internacional de Kotoka (ACC/DGAA), em Acra, capital de Gana, antes de cruzar o Atlântico rumo a Florianópolis. Se para os importadores, a expectativa era pela carga, para nós spotters e amantes da aviação, a cereja do bolo era o avião em si, como dito anteriormente, um clássico 747 em sua versão -200, um raro visitante em aeroportos brasileiros, desde que as versões mais modernas do 747 cargueiro passaram a entrar em operação.


Rota executada pelo Voo PVV651, partindo da China até Florianópolis, com escalas no Kuwait e em Gana. Fonte do diagrama: FlightAware.com


Boeing 747-200 - Fly Pro Cargo



Logotipo da Fly Pro Cargo


O Boeing 747-200 da Fly Pro fez seu primeiro voo em 30 de junho de 1987. É um Boeing 747-200 da subvariante 281BSF (c/n 23813), inicialmente entregue à Companhia Aérea japonesa All Nipon Airways em 13 de julho do mesmo ano, passando a operar imediatamente no transporte regular de passageiros. Em 2001 a aeronave foi convertida para cargueiro, passando para a sua subsidiária de cargas, a Nippon Cargo Airlines. Em 2008 foi retirada de operação e dois anos mais voltou à ativa operando com empresas da Armênia (Veteran Avia, 2010-2013), Paquistão (Rayyan Air, 2013-2016) e Geórgia (The Cargo Airlines, 2013-2017). No mesmo ano passou para seu atual operador, a Fly Pro ganhando a atual matrícula ER-BAT, ostentando desde então uma pintura totalmente branca, sem marcações ou inscrições ao longo da fuselagem e sem logotipo na cauda.




sábado, 13 de junho de 2020

Um gigante dos céus em Florianópolis





Sem dúvida alguma o mês de junho de 2020 ficará marcado por um bom tempo na lembrança dos aficcionados por aviação de Florianópolis e região. Se por um lado, a pandemia de COVID-19 reduziu drasticamente a quantidade de voos diários para a capital catarinense, frustrando todos aqueles que gostam de acompanhar ou fotografar a atividade aérea, por sua vez, a emergência de saúde por que passa o mundo acabou sendo responsável por trazer ao Aeroporto Hercílio Luz, uma das maiores e mais imponentes aeronaves comerciais já construídas, estamos falando do Boeing 747, um verdadeiro ícone da aviação. O blog Aviação em Floripa esteve presente no pátio do Novo Terminal de Passageiros na última quinta-feira (11/6), com o objetivo de trazer aos seus leitores uma cobertura completa com muitas fotos e informações deste momento histórico. É esta matéria que você passa a ler a partir de agora.

Nota Editorial: Durante a elaboração desta matéria ficamos sabendo da possível vinda a Florianópolis de uma outra aeronave cargueira Boeing 747, desta vez na versão -200, prevista para este final de semana. Até o fechamento desta edição, não obtivemos mais detalhes ou novas informações sobre este voo.


Uma visita histórica e inédita


O Aeroporto Internacional Hercílio Luz (FLN/SBFL) recebeu a singular visita de um Boeing 747 em sua versão cargueira, em operação contratada por um importador privado para trazer à capital catarinense, materiais de E.P.I. e outros insumos hospitalares em apoio ao combate à pandemia de COVID-19. Cabe ressaltar que esta foi a primeira vez na história que o Aeroporto Internacional Hercílio Luz recebeu um Boeing 747 dedicado exclusivamente ao transporte de cargas. Em 18 de julho de 1995, uma outra aeronave deste modelo já havia estado na capital catarinense, na oportunidade, um Boeing 747-200 da versão de transporte de passageiros da Companhia Aérea estadunidense EverGreen International, especialmente fretado para levar um grupo de turistas catarinenses para a Disney nos Estados Unidos.

O cargueiro pousou na capital catarinense na tarde da última quinta-feira, sendo um Boeing 747 da variante -400 operado pela Companhia Aérea moldava Terra Avia, com a matrícula ER-BAG. O voo teve início no Aeroporto Internacional de Hangzhou Xiaoshan (HGH/ZSHC), localizado na região leste da China, no final da tarde do dia 9 de junho (Horário de Brasilia), com escalas no Aeroporto Internacional Heydar Aliyev, em Baku no Azerbaijão (GYD/UBBB) e finalmente no Aeroporto Internacional Blaise Diagne, localizado em Dakar no Senegal (DSS/GOBD), daí partindo em voo direto para a capital catarinense, no começo da manhã do dia 11.

Para chegar a Florianópolis, o Boeing 747-400 da Terra Avia fez uma verdadeira viagem intercontinental, cruzando 3 continentes. Fonte do diagrama: FlightAware.com


A Rainha dos Céus

Nascido como uma resposta à expansão dos voos comerciais em meados da década de 60, sobretudo aqueles que necessitavam vencer longas distâncias, o protótipo do Boeing 747 foi oficialmente apresentado em 30 de setembro de 1968, com a PanAm sendo a Companhia Aérea lançadora do projeto, inclusive com uma expressiva participação nas especificações da aeronave em vários quesitos técnicos e de configurações. Numa época com céus e aeroportos começando a se tornarem congestionados e com os voos intercontinentais dominados pelos seus conterrâneos Boeing 707 e Douglas DC-8, o Boeing 747 sem dúvidas, representou um enorme salto de qualidade ao permitir transportar um número maior de passageiros, mais longe, mais rápido e com mais conforto, razões que fizeram da aeronave um enorme sucesso de vendas. Passados quase 52 anos desde o seu roll out em Everett e após diversas variantes civis e militares, além de inúmeros melhoramentos, a "Rainha dos Céus" como também é conhecido o Boeing 747, permanece até os dias atuais com sua linha de montagem aberta, sendo o modelo atualmente em produção, o Boeing 747-800.

No Brasil, o Boeing 747 foi operado pela VARIG entre os anos de 1981 e 1999 em quatro versões distintas (-200, -300, 300C e -400), totalizando uma frota de 12 aeronaves. Até hoje foram os maiores aviões comerciais operados por uma Companhia Aérea brasileira, permitindo à empresa expandir sua malha de voos, passando a operar novas rotas para a América do Norte, Europa e Ásia.





 De qualquer ângulo que se olhe, as dimensões do Boeing 747-400 impressionam.

 A altura do solo até o topo da cauda é de 19,4 m, equivalente a um prédio residencial de seis pavimentos.

Bandeira da Moldávia e Matrícula da aeronave.

 Detalhe da bequilha.

Trem de pouso principal.


 A inconfundível seção dianteira da fuselagem do Boeing 747.

 Detalhe de um dos motores General Electric CF6-80C2B1F.

 A aeronave ainda ostenta o padrão de pintura da Thai Airways, sua primeira operadora.


Boeing 747-400 - Terra Avia


Logotipo da Terra Avia

O avião que veio a Florianópolis pertence atualmente à Terra Avia, Companhia Aérea com sede na República da Moldávia, país localizado no leste europeu entre a Ucrânia e a Romênia. Com a matrícula ER-BAG (c/n 24459), trata-se de um Boeing 747-400 da subvariante 4D7(BCF), tendo feito seu primeiro voo em 23 de fevereiro de 1990, originalmente operado pela Companhia Aérea tailandesa Thai Airways sob a matrícula HS-TGJ sendo utilizada como uma aeronave de transporte regular de passageiros. Em 2011 foi convertida para cargueiro e foi retirada de serviço em março de 2015, permanecendo nesta condição até recentemente. Em maio deste ano voltou a ganhar os céus, já ostentando a nova matrícula e com seu novo operador. Como curiosidade, o avião ainda apresenta o padrão completo de pintura da Thai, apenas sem o nome na fuselagem e sem o logo na cauda da Companhia Aérea tailandesa.

Antes do pouso, é hora de ajustar os equipamentos para não perder nenhum detalhe.

Precisamente às 14:56 , o ER-BAG toca a pista do Aeroporto Internacional Hercílio Luz.

 Chegando ao pátio.

 Fotografando e sendo fotografado.

 Desembarque e...

 ...transporte de um dos vários pallets que vieram na aeronave.

Tripulação que trouxe a aeronave até Florianópolis.


Parte da tripulação gentilmente atendeu a imprensa e deu alguns detalhes do voo.


Gostaríamos de agradecer ao apoio prestado pela Floripa Airport, atual administradora do Aeroporto Internacional Hercílio Luz, através de sua Assessoria de Comunicação Social e da Equipe de Operação de Pátio, nos garantindo o credenciamento e o acesso ao pátio de aeronaves. Sem este suporte, a realização das fotos que compõem esta matéria não teria sido possível.